O aluno como protagonista do próprio aprendizado – Por Larissa Campos

O aluno como protagonista do próprio aprendizado – Por Larissa Campos – Grupo Ares

Em tempos de uma geração coberta de atitude, ser protagonista do próprio futuro, tem demonstrado a possibilidade de desbravar o domínio de novas habilidades dentro das faculdades, em busca de novos comportamentos, inclusão social e anseio por novas perspectivas de vida.

Sentar em uma cadeira, tentar absorver o máximo de conteúdo possível, fazer várias anotações enquanto um professor fala, alcançar a média em busca de aprovação semestral e, ainda, cumprir com a quantidade mínima de presença exigida, tem mudado de forma constante nos últimos anos.

Os tempos mudaram, contemplar um aluno como protagonista de seu aprendizado significa, entre outras coisas, oferecer a ele não só autonomia, mas estímulo a fim de buscar informação para que possa construir seu próprio conhecimento caminhando com as próprias pernas.

Isso não significa deixá-lo à mercê da própria sorte, mas conduzi-lo, de forma sutil, para o processo de aprendizagem acompanhando os seus projetos desde o início até a finalização. Nesse formato, abrirá os caminhos para que o estudante pesquise os conteúdos e descubra a melhor maneira de absorvê-los.

E foi justamente neste formato que se deu o desafio jurídico deste ano. Pois bem… a curiosidade começou a despertar com o anuncio em sala de aula que, neste ano, haveria mais um desafio jurídico e não seria nada próximo dos desafios passados, seria tentador.

A palavra desafio, soa um tanto quanto um estímulo pessoal, não por questões de ego, mas, por questões de utilizar deste meio para extrair algo, mesmo que mínimo, em forma de experiência para ser compartilhada posteriormente, além de ser um novo degrau para subir e construir o futuro que tanto espero.

Logo começaram as insinuações do que estava por vir. Cartazes, etiquetas, pedaços de papelão e jornais. Nesta perspectiva, percebe-se que seria algo relacionado ao cunho social. Junto a estas provocações, veio a preocupação em montar um time que estivesse disposto a fornecer esforços na mesma intensidade, o qual esboça orgulho a quem teve oportunidade de conhece-lo (é um assunto para ser tratado a seguir).

A partir de então tomamos conhecimento do que estava por vir “Desafio Jurídico Esamc 2018 – Viver com dignidade: todo mundo tem esse direito”.

O desafio seria construído em duas fases. A primeira, seria a seleção dos grupos, onde cada um deveria escolher um dos temas propostos no edital e preparar uma linha de pesquisa para seguir, devendo ser apresentada na tribuna. Já a segunda fase, seria o momento em que somente os grupos que apresentaram o melhor desenvolvimento, durante a tribuna, prosseguiriam com os seus projetos, sob a finalidade de resolver a problemática exteriorizada.

Foram cerca de 17 (dezessete) grupos na primeira fase e, somente, 8 (oito) grupos foram selecionados para a segunda.

A partir de então, diante do tema escolhido (Questões de Gênero – garantias e violência), o grupo Ares, o qual participei assiduamente, decidiu desenvolver estudos relacionados ao público transgênero e, ainda, propor uma solução que preenchesse os requisitos do edital: inovação, relacionar o problema escolhido a um tema jurídico, desenvolver análise jurídica e propor uma solução jurídica para tal.

Várias mesas distribuídas para instalar os grupos, espalhadas em uma sala específica para o desenvolvimento o projeto, onde vários profissionais foram convidados a participar e contribuir, mesmo que de forma breve, a ausência de um quadro, inexistência de carteiras enfileiradas, a presença de sofás confortáveis, criava a forma de uma “sala de aula” fora dos padrões, possibilitando aos participantes utilizarem do espaço 24 (vinte e quatro) horas por dia, literalmente.

Foram 5 (cinco) dias penosos! Porém, foram neles que fomos incentivados a pensar fora da caixa, propor um projeto que nos instigasse e entusiasmasse quanto a sua aplicação e projeção no âmbito municipal. Fomos tentados a tomar o caminho comum como resultado do projeto, mas decidimos que a melhor saída seria seguir a palavra INOVAÇÃO à risca.

A problemática escolhida foi a escassez de acesso à informação e carência dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal ao público transgênero.

Você deve estar se questionando qual o caminho tomamos.

De forma sucinta, fora desenvolvido uma plataforma digital aproximadora do público transgênero aos colaboradores filiados a ela. Assim, evitaria qualquer prestação de serviço de forma vexatória e, também, possibilitaria o acesso ao mercado de trabalho, saúde digna e assessoria jurídica especializada àqueles que necessitem.

Ademais, como indicador social, fora criado, também, um selo como incentivo às empresas em tê-lo, haja visto que empresas adotantes deste instrumento, de forma geral, aumentam suas expectativas de consumo, bem como, tornam-se um atrativo para um novo público.

Proporcionar este tipo de metodologia ao aluno, envolvem possibilidades de transformar o processo de aprendizado em experiências que sejam realmente significativas para os estudantes que estão imersos em uma cultura e que têm expectativas diferentes do que expressavam as gerações anteriores.

Os estudantes que estão hoje inseridos no sistema de educação formal requerem de seus professores habilidades, competências didáticas e metodológicas para as quais eles não foram preparados e nem, tampouco, vivenciaram em sua formação, o que vem mudando constantemente.

O conhecimento extraído, a responsabilidade retirada das mãos dos professores e direcionada as mãos dos próprios alunos, dão importância ao pensar e ao argumentar em vez da repetição e exposição, fazem com que o conteúdo produzido pelos alunos os incentive a pensar por si, com o objetivo de se desenvolverem de forma autônoma.

Mas, sem o time fantástico que tive a gloriosa oportunidade de dividir tarefas e construir ideias, nada disso seria possível. A experiência proposta não foi feita para ser enfrentada sozinha. Para se obter êxito, é necessário partilhar das relações humanas e, sobretudo, adaptar-se com as diferenças consagradas. A conquista do pódio só se tornou factível com a presença de oito cabeças diferentes além da minha. Cabeças fora da caixa!

Expandir a capacidade do aluno e mantê-lo motivado é um desafio constante.  São em iniciativas como esta que há a possibilidade em garantir o interesse dos estudantes e garantir a magia do conhecimento além das carteiras de uma sala de aula.

Oferecer um espaço em sala de aula para cada pessoa possa partilhar suas experiências e adquirir novos conhecimentos é a essência de um trabalho voltado ao protagonismo na educação. Todos nós temos algo a ensinar e muito a aprender, além do mais, quando tratamos de um projeto criado para devolver algo a sociedade em que vivemos.

Por fim, é importante ressaltar que estamos em constante mudança no cenário educacional e, faz-se necessário que a equipe pedagógica acompanhe estas mudanças e se adeque à realidade moderna, aos interesses, características e habilidades peculiares dos alunos do século XXI, estando prontos a ensinar e também abertos a aprender.

Nosso escritório apoia a educação, a extensão e toda e qualquer atividade que componha a formação do discente, seja nas atividades cotidianas do escritório ou naquelas proporcionada por outras ferramentas de desenvolvimento humano. Parabéns aos grupos participantes e à ESAMC Uberlândia pela iniciativa!

 

 

 

 

 

 

 

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